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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Por Lúcio Flávio Pinto . 25.08.10 - 13h42


O açaí é nosso. É?

O roubo de sementes de seringueira é apresentado até hoje como o mais grave caso de biopirataria da história da Amazônia. O inglês Henry Wickham, que ganharia título de nobreza pela façanha, é acusado de contrabandear para a Inglaterra duas toneladas de sementes da Hevea Brasiliensis.
Aclimatadas em Londres, foram plantadas na Ásia. O plantio deu tão certo que a Amazônia, fornecedora monopolista de borracha na transição do século 19 para o 20, foi para o rabo da fila dos produtores e nunca mais recuperou a antiga posição. O Brasil deixou de ser auto-suficiente e a Amazônia nem é produtora significativa no mercado interno. Tudo por culpa de um inglês astuto e imoral.
A indignação de hoje é a mesma de quase um século atrás, quando as colônias asiáticas das potências européias passaram a inundar o mundo com borracha incomparavelmente mais barata e abundante.
Na verdade, não houve contrabando. Wickham despachou a carga pelos meios legais e até patrocinou um convescote antes do embarque, em Belém, com a presença de autoridades e pessoas gradas da sociedade local. Há provas suficientes e convincentes do fato. Mas se a Inglaterra, a maior potência da época, precisasse roubar as sementes, certamente não se inibiria.
A quantidade e os preços da borracha amazônica eram incompatíveis com a escala de desenvolvimento que a indústria estava em condições de seguir. O que a empacava era a crise de oferta e os valores abusivos cobrados em função do monopólio. Os brasileiros até desdenharam a empreitada de Wickham. A árvore da borracha não era nativa da região? Como podia dar melhor em outro lugar? Impossível.
Não era, provou a história, reconstituída com lucidez pelo americano Warren Dean no já clássico “A Luta pela Borracha no Brasil”. Se a natureza foi pródiga (mas também caprichosa) na tessitura do ambiente físico na Amazônia, foi fatal em relação à Hevea Brasiliensis. A árvore atinge um porte atlético, com até 50 metros de altura, e uma fecundidade excepcional apenas nas condições naturais, dispersa no meio de muitas outras espécies.
A biodiversidade, quintessência do valor natural amazônico, hoje tão exaltada, mostrou-se fatal sempre que se tentou adensar seringueira na mata. E o adensamento era indispensável para aumentar a produção e a produtividade, sem o que ficou impossível concorrer com os plantios asiáticos.
Adensada, a seringueira é atacada pelos fungos, que a tornam estéril. Henry Ford amargou essa constatação ao formar seus plantios no vale do rio Tapajós, no Pará. Depois de 17 anos de experimentos, ao custo de muitos milhões de dólares, desistiu e foi buscar seu suprimento na Ásia. A ecologia se revelou implacável com as tentativas de enriquecimento de seringueira na Amazônia.
Qualquer pessoa minimamente informada não tem mais dúvidas a respeito. No entanto, a maioria prefere continuar a acreditar que o colapso da borracha, antes da crise do café, resultou de uma conspiração do imperialismo. As iniciativas de contar a história real também nada mais seriam do que a persistência do mesmo interesse estrangeiro, através dos seus porta-vozes mercenários.
Essa posição tem impedido a sociedade, como em outros episódios da história da Amazônia, de enfrentar e superar os problemas que cotidianamente se impõem à região. O prejuízo dessa mistificação é enorme porque a Amazônia é a mais internacionalizada das regiões brasileiras e a mais tardia na integração à nacionalidade. Sua incorporação física tem apenas meio século e ainda não está completa (de certo modo, felizmente).
O erro fatal cometido em relação à borracha pode estar se repetindo no caso do açaí. As reações dos leitores à coluna anterior, com mensagens perspicazes e provocativas, além de enternecedoras e gentis, mostram que a sociedade está a reboque dos fatos consumados. O governo vem ainda mais atrás, se é que está acompanhando a dinâmica histórica.
O descompasso entre os fatos criados pelos agentes dessa história, atuando sem coordenação e sem apoio ou regulação, pode provocar efeito – não semelhante, mas comparável – ao crack da borracha, que se seguiu, em tão curto intervalo, ao seu boom.
São numerosos e complexos os problemas que precisam de solução para evitar as previsões feitas por muitos leitores: que o açaí deixará de ser produto genuinamente amazônico (e, sobretudo, paraense) e que os maiores ganhos serão obtidos por atravessadores e comercializadores, fora dos limites regionais (e até nacionais).
É preciso, primeiro, ter uma idéia da grandeza da economia do açaí. Para o produtor, ele representa algo como R$ 2 bilhões. Colocado à mesa do consumidor, esse valor se multiplica, no mínimo, três vezes. Pode chegar a R$ 6 bilhões. Não há fruta que renda tanto.
Frutas típicas não faltam na Amazônia. Uma sorveteria se tornou célebre em Belém porque oferecia 103 sabores de sorvetes, em sua maioria de frutas nativas e únicas. É espantoso que a estrutura governamental não contemple um instituto do açaí ou de frutas tropicais. É uma fonte de receita que já é muito significativa agora e pode se tornar grandiosa nos próximos anos.
Claro que a política oficial não pode ser montada num dia para se completar no outro. O maior desafio na Amazônia é criar conhecimento científico. A dificuldade está em dispor de verba para sustentar a frente do saber tanto quanto em estabelecer uma postura adequada sobre a complexidade regional. Um conhecimento superficial é passaporte para uma atividade efêmera, conforme mostram numerosos casos do passado.
Mal circularam informações sobre o poder cicatrizante do óleo da copaíba e já eram comercializadas cápsulas a granel. O efeito tóxico do óleo, nocivo para o aparelho digestivo, se contrapôs ao seu poder curativo. Não houve pesquisa suficiente sobre os princípios ativos da essência para a formulação de um medicamento completo.
A investigação científica sobre as frutas amazônicas, e em particular o açaí, é incapaz de responder sequer às indagações feitas pelos leitores desta coluna. Menos satisfatórios ainda são os dados sócio-econômicos, necessários para montar uma base econômica, industrial e comercial para o produto.
Personagens que se encontram nas várias etapas do processamento do açaí acumulam conhecimentos específicos que lhes dão expertise e maestria no que fazem. Por isso há pessoas ganhando muito dinheiro com a exploração da palmeira – e não só para extrair o suco: há o apreciado palmito, o uso da palha, o artesanato criativo e bonito.
Do açaí, nada se joga fora. Mas o retorno é desigual e injusto: só favorece a alguns. E pode prejudicar a maioria, que aprecia tomar o vinho puro e grosso, a sua melhor forma e seu paladar superior.
Como conciliar o consumo interno com a crescente exportação? Como difundir o “verdadeiro paladar do açaí”, conforme observou um leitor, em meio a manipulações tão diversas – e legítimas, porque atendem a demandas de consumidores distintos?
Se quem pode decidir, ao invés de fazer a parte que lhe cabe, espera por decisões vindas da regulamentação automática do mercado (esta, uma ficção), dificilmente o açaí terá desfecho melhor do que o da borracha. Não por fantasias utilitárias, mas por efeito da ação – às vezes cruel – do mercado.
A propagação dos casos de doença de chagas associados – como consequência automática – ao açaí tem função invertida à do contrabando da borracha. Ao longo de séculos em que os paraenses tomaram diariamente seu vinho de açaí, a doença não existia. Hoje existe e é real. Não pelo açaí em si, mas pelo crescimento do consumo sem o acompanhamento da higiene. A pasteurização, que seria a resposta automática, esbarra no dano que causa ao melhor paladar da fruta e na cultura local.
O problema existe, a causa é clara e a solução está ao alcance. Só falta a vontade de fazer melhor. Este é o produto mais em falta na Amazônia – e no Brasil.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Não-aceitação

Tenho estado triste, descontente,culpando tudo e a todos, longe da postura de buddha...
Lições da vida, momentos difíceis, pergunto-me: por que? Um agarrado ao outro, fraqueza, um desaba, tudo desaba...
Mas, onde caimos? Há queda? No que, onde, em que nível e de qual nível???
De fato não há queda! Não existe alto e baixo de fato. Existe a percepção condicionada desses antagônicos, entretanto, eu preciso entender que eu faço parte, há um todo e há leis universais, há mente! Assim, se eu subo alto e vou até as nuvens das mentalidades, quando quiser pôr os pés no chão não haverá o chão, mesmo ele estando sob meus pés, e não haverá um "red bull" para me dar asas, eu não tenho asas, não faz parte da minha natureza, no máximo posso construir minha imaginação que por si só já é um grande feito.
Finalmente, não há mente, não há leis, não há um todo, o que há quando sinto o vazio? Por enquanto há apenas minha desarmonia com esse sentimento sagrado...

domingo, 15 de agosto de 2010

O QUE SOU



TRANSFORMATIVIDADE
TUDO EM MIM SE TRANSFORMA
TENHO ESTUDADO A ARTE DA GUERRA, O TAO, O ZEN HÁ ALGUNS ANOS
SOU NASCIDO NESSA TERRA E TENHO RELAÇÃO COM ELA
PRATIQUEI KUNG FU, TAI CHI E BOXE CHINÊS COM AMARILDO (ALUNO MAIS ANTIGO DO MESTRE TSAO) E COM O PRÓPRIO MESTRE TSAO, BENÊ (EX-LUTADOR E TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE WU SHU), ESTOU COM O MESTRE CHAN KAWK WAI ATRAVÉS DO CHAN A PO, OU SEJA, ESTOU EM CONTATO COM A ELITE DA LINHAGEM SHAOLIN NO BRASIL. TREINO JIU JITSU BRASILEIRO ATUALMENTE COM O A EQUIPE MAROMBA. MOREI EM ACADEMIA, DORMI EM TATAME, LUTEI, SUEI, CHOREI E SORRI. ESTUDEI E ESTUDO, MUITO!!! FAÇO SINAPSES QUE INTERCONECTAM TODO MEU APRENDIZADO E OFEREÇO ISSO QUE ME É SAGRADO AOS MEUS ALUNOS. HOJE O QUE EU OFEREÇO É ÚNICO E MEU CAMINHO DE DESENVOLVIMENTO NÃO TEM FIM. TENHO CONTATO COM MESTRES DO RE-LIGARE COMO MONJA COEN E SEVERINO ANTONIO, OS QUAIS AMO COM MAIOR INTENSIDADE COMO AO MEU PRÓPRIO PAI E MINHA PRÓPRIA MÃE. TENHO UM IRMÃO MARAVILHOSO QUE AJUDA A TODOS E TENHO AMIGOS ESPECIAIS E MUITOS DELES ESTÃO REPRESENTADOS AQUI. SOU GRATO AO UNIVERSO QUE SOU!!! QUEM SABE UM DIA EU POSSA DIVIDI-LO DE ALGUMA FORMA COM VC. :) Raghupati Raghav raja Ram, patit pavan Sita Ram
Sita Ram Sita Ram,Bhaj pyare tu Sitaram / Ishwar Allah tero naam, Saab ko Sanmti de Bhagavan 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

TANTRAAAAAAAHHHH!!!

Finalmente, como budista, consigo entender hoje a mensagem do Rajneesh (Osho) quando explica o que é o Tantra. Ele diz que Tantra é não-negação, é aceitação. Aceitar o que é como é, aceitar a vida, aceitar as "tentações", aceitar o bem, tanto quanto o mal. Aceitar os impulsos, não lutando contra eles. Esse aceitar Tântrico é marcado por uma consciência profunda onde não há mais recalque. Não há mais dogmas intrínsecos. Não há mais "regras" e imposições da sociedade sobre a sua manifestação-vida. Voce é o que é como é e com consciência plena disso. Sei quantas mentalidades condicionadas e não-realizadas deturparam a imagem do que é Tantra. Isso acontece da mesma forma com o verdadeiro significado de vida de Jesus. Mas é bem simples entender o Tantra sob o prisma do mito budista, pelo menos pra mim hoje.

Tantra e Yoga são percebidas pela mentalidade comum como duas formas de canalização da energia humana. A Yoga é marcada por uma certa resistência aos impulsos, também pela ação e pelo controle. Tantra é marcado pela espontâneidade, pela não-resistência, pela não-luta.

Todavia, a imagem que a maioria dos ocidentais têm do Tantra vem do "sexo Tântrico", como forma de criatividade postural ou um tipo de "safadeza" voltada apenas ao prazer já que fala de liberação e não-recalque dos impulsos sexuais. Mas não é bem assim. O sexo verdadeiramente Tântrico não é algo extrínseco e sim intrínseco aos que são verdadeiramente realizados ou por aqueles que puderam experimentar uma forma de realização mesmo que por momentos.

Vou usar o exemplo de Gandhi e depois o de Buddha.

Gandhi não lutou contra os ingleses para libertar a India da dominação. Nem por isso recalcou um desejo de lutar. Ele simplesmente realizou uma consciência superior. Ele não lutou, aceitou as ofensas, as ameaças a prisão, ou seja, aceitou tudo como era naquele momento, mas continuou realizando a consciência que ele era. A consciência é muito mais que a soma das experiências vividas e as opções diante das experiências e possibilidades. Tantra é realização. O fato é que para se chegar a realização tem de ter havido um processo, esse processo é a Yoga. A verdadeira mensagem de Rajneesh (Osho) é apenas que não haja apego à Yoga nem ao Tantra como conceito. É preciso experienciar, experimentar.

Buddha praticou Yoga quando saiu da vida "tântrica" de principe, onde ele naturalmente estava experimentando prazeres como sexo, comidas extravagantes, etc. Até perceber que vivia numa "prisão" mental. Estava totalmente "empanturrado" daquela realidade!!! E assim, fez a coisa mais digna que o ser humano pode fazer: LANÇOU-SE NA INCERTEZA, NO DESCONHECIDO! Com coragem e certamente muito medo, fugiu do castelo ou residência, mas mais do que isso, saiu daquela realidade que aprisionava sua mente. Naturalmente, de acordo com sua consciência e opção, Buddha viveu entre os Saddhus (pessoas que abandonam tudo e vivem nus em florestas praticando controle da fome, dos impulsos sexuais, etc.). Isso é Yoga, ou seja, quando a vontade é a energia mestra.Sua relação com o Tantra reside justamente aí!!! Porque a Yoga só será Yoga se essa energia da vontade for direcionada à realização.

No mito budista se diz que após ter se iluminado, Buddha foi, naturalmente, testado por inúmeras formas de tentações, e um detalhe importante é que ninguém me contou que ele RESISTIU a essas tentações. Ele simplesmente permaneceu calmo e sereno, aceitando toda aquela realidade com uma consciência, naquele momento, superior. Com um leve sorriso no rosto, ele já não tinha mais medo, o medo faz com que muitas mentalidades não consigam permanecer e desfrutar a realização e assim, sem mais medo da morte, da solidão, das doenças e com muita compaixão no coração, Buddha realizou-se e isso é Tantra. Percebam, ele com certeza foi tentado sexualmente mas não se recalcou, nem tampouco se meteu nos prazeres inconscientemente, pois mesmo se o fez ou tivesse feito, o teria feito com nova consciência e num caminho que incondicionalmente sempre o guiaria para a realização. ISSO OCORRE SEMPRE COM TODO SER, MESMO O MAIS LOUCO QUE ESTEJA AGORA NUM MANICOMIO OU PRISÃO. UMA VIDA NÃO LIMITAÇÃO. UMA VIDA É INFINITO. CONSCIÊNCIA.